quarta-feira, 14 de novembro de 2007

O monólogo de Raziel

A queda ou o despertar
Voei o mais alto que pude com a ambição e o desespero de um pobre que quis assaltar o céu mas se perdeu na neblina e caiu nas águas gélidas e turvas que desaguavam no submundo. Velozmente choquei-me com a parede de água e fraturei uma das asas, asas que crescem apenas nos sonhadores, enquanto sonhas o espirito é libertado e pode-se voar para onde quiser, mas ao despertar corre-se o perigo de estar em qualquer lugar frio e úmido com o corpo ferido e exausto. Debatendo-se e afundando cada vez mais, eu gritava, é agonizante por ser um grito sem eco, engoli muita água salobra e a força devastadora da correnteza fez-me rodar por todos os lados me arrastando contra pedras cortantes. Continuei sendo arrastado submersamente e fechei os olhos, não sentia mais as pernas, os braços e as asas, ainda havia na alma um foco de luz esperançosa coberta de lodo e pó, mas era insuficiente para dar forças aos membros agredidos.
Walter Rodrigues

5 comentários:

Anônimo disse...

�caro j� foi um exemplo, voc� quem est� viajando nessa caminhada.

Nem tudo � como desejas filho.

Infelizmente.

renato delmar disse...

uma cajada de areia pra mim e mais lama e agua salobra pra vc!

=/

Anônimo disse...

Ícaro já foi um exemplo, você quem está viajando nessa caminhada.

(corrigindo)

Unknown disse...

tá na hora de escrever mais!!

Unknown disse...

Você é um poeta meu caro ...